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Sao Goncalo Do Rio Abaixo, Minas Gerais
Psicóloga psicanalista, graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais, e pós-graduanda em Políticas Públicas de Gênero e Raça-etnia, pela Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente, sou psicóloga clínica, em consultório particular, e psicóloga educacional da Secretaria Municipal de Educação, ambos em São Gonçalo do Rio Abaixo/MG. Contato: (31) 9232 1722 | gizelepsicologia@gmail.com. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7412358239952349
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

VIOLÊNCIA: QUEBRE ESSE CICLO!!!


Uma discussão sobre o Ciclo da Violência, essa teoria que busca compreender como se engendra a violência contra a mulher 

Tratarei aqui do Ciclo da Violência, cuja teoria busca compreender como a violência doméstica é perpetrada nos lares brasileiros. A partir de vários estudos sobre a violência doméstica, construiu-se que o Ciclo da Violência funciona de forma repetida em espiral, no qual se alternam momentos de paz e calmaria entre o casal, seguidos por agressões verbais e físicas, retornando a um novo momento de “tranqüilidade”.
O ciclo registra a situação mais comum entre os relacionamentos violentos: o casal1 inicialmente vive em lua de mel, mas em pouco tempo passa a ter várias discussões verbais. Essas discussões vão se intensificando cada vez mais, até darem lugar às agressões físicas. Após ser violentada, a mulher tenta de alguma forma sair desse lugar de violência, ameaçando denunciar o agressor ou saindo de casa para morar com um amigo ou parente. Nesse período, o agressor se sente “arrependido”, diante de tudo que tem a perder (não há quem cuide da casa, teme ser denunciado, teme ser trocado por outro homem, etc.). Daí, ele procura a mulher, pede para que ela o perdoe e faz mil promessas de que isso não mais acontecerá. A mulher, nesse momento, por algum motivo (medo ser assassinada, receio de passar necessidade financeira, por ainda amá-lo, etc.), acaba perdoando esse homem e o período de lua de mel entre o casal é restaurado, até que novas agressões verbais comecem a provocar outra tensão entre eles.
Dessa forma, a violência repete esse mesmo ciclo ininterruptamente, e essas repetições acontecem em forma espiral, e cada vez mais fortes. Assim, o período de lua de mel vai se tornando cada vez menor e as brigas vão se tornando cada vez mais freqüentes. As agressões físicas, que antes eram empurrões e puxões de cabelo, agora são murros, chicotadas e até assassinatos.
Por essa razão é que se faz tão importante difundirmos essa teoria do Ciclo da Violência, pois a mulher só estará livre dele quando tiver consciência de que precisa quebrar o ciclo, ou seja, que precisa dar conta de não mais perdoar esse agressor.
A Maria da Penha, aquela mulher guerreira que muito contribuiu para que houvesse uma legislação2 no Brasil que punisse de fato o agressor doméstico, disse certa vez que, “quando a mulher perdoa, participa do ciclo da violência”, ou seja, ela ajuda a manter esse ciclo cada vez mais vivo, forte e perigoso.
É preciso, pois, apresentarmos a essa mulher alternativas diferentes da que ela executa diariamente, como, por exemplo, se fortalecer nos mecanismos de proteção social (CREAS, Disque 180, por exemplo) para conseguir denunciar o agressor sem, com isso, colocar em risco a sua vida.
Esse é o convite às mulheres que sofrem com a violência doméstica: Quebrem esse ciclo!!!


1 Sempre gosto de enfatizar: aqui tomo como exemplo um casal heterossexual, pois a maioria dos casos de violência contra a mulher tem como agressor uma figura masculina. Mas não canso de repetir, a violência contra a mulher também acontece em relacionamentos homoafetivos, em que uma mulher é vítima e a outra, agressora.
2 Lei Maria da Penha, lei de nº 11.340, de 07 de agosto de 2006.


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